Postagens mais visitadas

Bem ti vi

Para você, Letícia, meu Bem-te-vi".
Viste, hoje, o passarinho na janela?
Tão frágil, tão pequeno, tão delicada fera.
Parece procurar-te, de primavera, em primavera. Até pousar cansado, noutra janela.
Ouviste-lhe, acaso, o canto de saudade? Também eu te procuro minha bela.
Encontro-te no meu peito, fiz-te um ninho, aconcheguei-te no meu altar.
É que aquele passarinho na janela lembrou-me o dia que há muito já perdi.
Bem me quiseste, e tanto bem te quis...
Quiseste mais, eu sei, compreendi. Tu frágil, doce, bela...
Lembro-me de ti. Esquecer-te, meu amor, seria como me esquecer de mim.
É que aquele último dia cerrou-te os olhos delicadamente, e entre beijos eu te vi partir...
Voaste!... Voaste firme e decididamente.
De volta para dentro de mim,
E eu... Fiquei aqui, a lembrar-te de ti, a sonhar contigo, esperando o dia em que poderei te ter aqui, em meus braços para abraçar-te, beijar-te, beijar-te, beijar-te..
Te espero até depois do fim.

Amigos

Pesquisar este blog

Todos os dias ela vive em mim, mas datas invade-me!
Dia 05/04 ela nasceu, eu me permito sentir todas dores, mas acima de tudo "Gratidão"
Dia 15/10 ela foi para o céu, e eu sou revolta, questionamentos, mais ainda sou amor!
Maio mês das mães, das flores, do meu nascimento e nesse mês, ela é ainda mais minha!
Dia 25/12 é natal, dia em que faço meus pedidos, de misericórdia, compreensão e força!

terça-feira, 5 de abril de 2016

Amanheço

Eu te amo, e de tanto amar, amanheço na sua ausência. Amanheço devagar, nessa certeza que não adianta pressa nos vazios. Faço as pazes com Deus molhando as plantas do meu quintal, sentindo o cheiro do café que faço, rindo quando te acho no meio das coisas da nossa casa.
Remexo nessas coisas, como se quisesse dar um jeito nas minhas incertezas. Te encontro nas miudezas dos meus dias. Faço pausas e me demoro nas fotografias, lugares que falam de tudo o que fomos, fico ali, passeio nas suas andanças por esse mundo, nas suas descobertas, comemorações de dias que escorregaram do meu contato, mas não do meu olhar.
Amanheço nos dias em que encontro ouvidos generosos, falo de você, uma fala que mistura riso e choro. Reviro esse desassossego, dou um sentido pra minha dor, sem pressa. Ali, horas tecendo histórias, parece que a luz entra no meu coração, te dou vida nessa despedida lenta, que mistura outro jeito de chegar.
Outros dias, amanheço arrumando seu quarto, nossa casa. Coloco aquelas músicas que você amava, aprendo a cantar, trago você pro meu mundo de um jeito delicado. Choro e canto, descobrindo seu coração nas canções que você cantava.
Meu amor, amanheço quando não findo esse amor, deixar você partir deixaria tudo muito escuro e eu preciso de sol, preciso de galo cantando na minha alma, de cheiro de café e de flores com sede. Amanheço, nos dias em que não nego sua partida, mas inauguro sua chegada nessas delicadezas, nas ruas da minha alma e dos meus dias, nesse amor infindável...

(Teresa Gouveia)