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Bem ti vi

Para você, Letícia, meu Bem-te-vi".
Viste, hoje, o passarinho na janela?
Tão frágil, tão pequeno, tão delicada fera.
Parece procurar-te, de primavera, em primavera. Até pousar cansado, noutra janela.
Ouviste-lhe, acaso, o canto de saudade? Também eu te procuro minha bela.
Encontro-te no meu peito, fiz-te um ninho, aconcheguei-te no meu altar.
É que aquele passarinho na janela lembrou-me o dia que há muito já perdi.
Bem me quiseste, e tanto bem te quis...
Quiseste mais, eu sei, compreendi. Tu frágil, doce, bela...
Lembro-me de ti. Esquecer-te, meu amor, seria como me esquecer de mim.
É que aquele último dia cerrou-te os olhos delicadamente, e entre beijos eu te vi partir...
Voaste!... Voaste firme e decididamente.
De volta para dentro de mim,
E eu... Fiquei aqui, a lembrar-te de ti, a sonhar contigo, esperando o dia em que poderei te ter aqui, em meus braços para abraçar-te, beijar-te, beijar-te, beijar-te..
Te espero até depois do fim.

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Todos os dias ela vive em mim, mas datas invade-me!
Dia 05/04 ela nasceu, eu me permito sentir todas dores, mas acima de tudo "Gratidão"
Dia 15/10 ela foi para o céu, e eu sou revolta, questionamentos, mais ainda sou amor!
Maio mês das mães, das flores, do meu nascimento e nesse mês, ela é ainda mais minha!
Dia 25/12 é natal, dia em que faço meus pedidos, de misericórdia, compreensão e força!

sábado, 25 de dezembro de 2021

Sobre saudades imensas

E nos dias de saudade imensa, tão profunda que não caberão  legendas alheias, calmamente aguardarei a chegada da noite. Despida da roupa que uso lá fora, deitarei ouvindo uma melodia de paz, em comunhão com o universo. Conversarei com você, relembrarei as cenas da nossa vida, sentirei minha alma sendo tocada pelas suas mãos, meus ouvidos pela sua voz, meu coração pelo amor que nos une, ultrapassando qualquer distância. Nesse silêncio cheio de palavras você me contará sobre o sentido da eternidade, minha saudade, como criança embalada por essa cantiga, adormecerá.

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Tristeza também é um jeito de amar...

Me despeço de você, silenciosamente,
tenho medo que algum barulho atrapalhe essa dor,
sua morte me concede o direito de recusar a pressa,
me fala da vida, dessa loucura que é viver,
da correria que tira nossos olhos pra quem está ao lado,
do corpo cansado, exausto, sem pausas,
sua morte me fala de um sentido nem sempre sentido,
da quietude da noite, esse lugar em que me dispo,
fico diante de quem fui e de quem sou,
me despeço de você, silenciosamente,
um jeito de fazer uso da sua partida,
devolvendo, todos os dias, alma pra minha vida,
tocando o riacho, sentindo a brisa,
conversando com a lua, brincando com as árvores,
sentindo saudade, muita saudade,
dando lugar pra tristeza porque também é um jeito de amar…
LL
(Teresa Gouvea)

quinta-feira, 13 de maio de 2021

Sem tempo para o adeus

Seguirei, carregando você nos lugares mais íntimos do meu  coração, certa que somos tudo quando entendemos que somos nada, certa que a eternidade é um lugar interno, que a gente não toca, não controla e não retém, apenas sente. Nos finais de tarde e noites enluaradas, teremos longas conversas internas, contarei sobre essa travessia, as tantas lágrimas, pesadelos e sonhos que percorri até te encontrar no entardecer e no luar e, somente então, minhas mãos dirão adeus, certa que cheguei até o nosso “pra sempre” .
(Teresa Gouvea)

segunda-feira, 5 de abril de 2021

ELA VIVE EM MIM

Quando eu perdi minha filha, pensei que iria morrer, mas não morri.
Chorei até perder o fôlego, mas respirei novamente....
Me desesperei, pensei que iria enlouquecer, mas não enlouqueci... 
Questionei, briguei comigo mesma, revi conceitos e modifiquei regras.
Senti tanta dor como se meu corpo estivesse todo dilacerado, mas fiquei de pé. 
Eu não morri. 
A dor que apertava  meu peito era companheira, e mostrava o que eu não queria enxergar .
O sono não vinha, a fome foi embora, meu corpo não me encontrava. 
Minha mente se perdia em pensamentos distantes, mas o tempo passava e a vida seguia.
E eu não morri...
Me encontrei...
Em meio aos cacos, fui me reconstruindo, renascendo... foi preciso.
Ainda não terminou enquanto Deus não dizer que é o fim,
Mas a cada dia reconstruo um novo pedaço de mim. 
Junto os cacos... Coloco um sorriso no rosto e vou caminhando ...
Sigo ressuscitando minha filha dentro do meu coração todos os dias...
E assim não permito que minha filha morra.

Zelma Vietro.