É escolher vazinhos de flores em miniatura para levar ao cemitério no natal.
É recusar convites para festas, ou ir por obrigação, e mesmo sorrindo para as pessoas só eu sei como realmente me sinto por dentro.
É tomar conhecimento de morte de uma criança e não sentir espanto, sentir dor, mas sobre tudo pensar que faz parte, "com minha filha também foi assim".
É sentir dor em todos os lugares onde as pessoas se reúnem, o pensamento insistentemente é, se ela estivesse aqui estaria fazendo isso, aquilo, agindo dessa maneira, ou daquela ou apenas dormindo em meus braços ou nos braços do Papai. Quando a noite cai os pensamentos ficam mais evidentes e os porquês teimam em atormentar meu sono.
O silencio também aceleram meus pensamentos, faz crescer minha angustia, aumenta a raiva pela vida que fora tirada de mim.
Falar de minha filha é manter lucida minha mente, é aliviar meu coração, e desabafar minha alma cansada e sobrecarregada.
É revelar fotos, é colocar em quadros, é escrever em blog, é participar de grupos de apoio, é gritar ao mundo meu amor.
É sofrer mais nos dias 05 e nos dia 15 (datas do nasc. e partida)
É se frustar com antigos amigos que não são capazes de entender minha dor, é virar melhor amiga de infância de mães que também perderam seus filhos, que sentem dor, saudades e amor como eu.
É realmente me sentir cansada para a viver!!!
E mesmo cansada, insisto em viver, mesmo que esse viver seja de passado, de lembranças vividas e não vividas, de sonhos, de esperança, de saudades e de amor.